quinta-feira, 18 de julho de 2013

Oniomania: O desejo compulsivo de COMPRAR

Sim, é bem diferente de um mero consumismo. Pessoas que possuem Oniomania (vício em compras) admitem um desejo incontrolável de comprar. Você tem dificuldades em ir ao shopping e sair sem nenhuma sacola de compras, mesmo sem estar precisando de nada e nem estar em condições financeiras de realizar tais compras? Conhece alguém assim? Esse pode ser um dos sinais.



Compras excessivas podem ser consideradas um transtorno quando começam a acontecer prejuízos financeiros e emocionais e, ainda assim, a pessoa continua recorrendo às compras buscando vivenciar prazer, mesmo se sentindo extremamente culpada quando os prejuízos começam a surgir.

Sabe-se que a oniomania emerge de sentimentos de vazio, ansiedade, tristeza e frustração. Quando uma pessoa não consegue resolver bem seus sentimentos, tenta supri-los adquirindo coisas novas como única forma de prazer. Comprar traz alívio momentâneo. Mas o arrependimento surge logo em seguida.



Algumas preguntas básicas para você se fazer:

- Não resiste ao impulso de comprar?
- Gasta mais que o planejado e se prejudica financeiramente?
- Impede ou prejudica seus planos e os planos das pessoas à sua volta?
- Precisa comprar de qualquer forma, independente do produto comprado?
- Assume dívidas acima de cinco vezes o valor de sua renda mensal?


Se a maioria das respostas for SIM, já existem alguns alertas para o seu hábito de comprar.

Esse vídeo suscinta bem o comprar compulsivo:

http://www.youtube.com/watch?v=hzPZ3PEhcRU



A principais dicas para você que se identifica com estes sinais ou conhece alguém que se identifica são estas:

- Corte todas as formas de crédito, como cheques e cartões de crédito;
- Peça para que uma outra pessoa da família assuma o controle de suas finanças até que você consiga ter um maior controle sobre o hábito de comprar.



Existe tratamento! Os tratamentos psicológicos cognitivo-comportamentais têm se mostrado bastante eficazes no controle do impulso de compras!

O diagnóstico só pode ser realizado precisamente por profissionais na área de saúde mental! Se você estiver em dúvida ou achar que algum conhecido pode se identificar com essas características, não deixe de procurar um profissional para fazer a avaliação!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Compulsão Alimentar



“Doutora, comi 1 pacote de bolachas, tomei 1 litro de refrigerante, 1 pote de sorvete, 1 barra de chocolate, 1 lata de doce de leite”. Sim, este é o relato de um paciente que sofre com o Transtorno de Compulsão Alimentar. Este é um de muitos depoimentos que escuto diariamente em consultório e estudos sobre o assunto. O sofrimento é grande, pois a pessoa tem grande dificuldade de controlar seu impulso de comer e, após a ingestão desta grande quantidade de comida, surge um grande sentimento de culpa, além dos malefícios que estas compulsões podem gerar na saúde.
Talvez você não chegue a sofrer do transtorno nesta magnitude, mas possui episódios de compulsão alimentar que te trazem prejuízos.

 Como identificar?
Observe se você se enquadra nestes critérios?
§      - Comer uma quantidade muito acima do que a maioria das pessoas consumiria num espaço de tempo relativamente curto (ex: 2 horas);
§        -Ter a sensação de falta de controle durante um episódio de compulsão (não conseguir parar ou controlar o que está comendo);
§        -Comer bem mais rápido que o normal;
§        -Sentir repulsa por si mesmo, depressão ou culpa depois de comer excessivamente.
 Se você se enquadra nestes critérios, fique atento. O ideal e que você procure ajuda profissional, mas disporei algumas dicas para te ajudar!
Os estudos e as experiências profissionais mostram claramente que situações de ansiedade, medo, mudanças e emoções como tristeza, tédio e raiva podem desencadear os episódios de comilanças. Você pode perceber uma relação destas emoções com os momentos que você mais come sem estar com fome.

Mas existe um perigo, CUIDADO: DIETAS MUITO RESTRITIVAS PODEM PIORAR O PROBLEMA. Não pense que ficar longas horas sem comer ou simplesmente cortar radicalmente seu cardápio irá resolver o seu problema. Se você ficar muito tempo sem comer, as chances de que na próxima alimentação você coma compulsivamente são altíssimas.
Não vou me delongar muito falando das causas, mas já gostaria de falar sobre algumas dicas.

Como posso diminuir esta compulsão?
Procure seguir estas 8 dicas que te ajudarão a ter controle sobre seu comportamento alimentar:
1- Faça um auto-registro de sua alimentação: faça uma tabela na qual, a cada refeição, você escreva os alimentos ingeridos, quantidade de calorias, onde estava, sentimentos que tinha (medo, ansiedade, tristeza). Ao anotar, você automaticamente passará a compreender um pouco melhor seu comportamento alimentar e também a policiá-lo.





2- Faça um quadro (ou tabela) com figuras: de um lado do quadro, você coloca imagens de alimentos gordurosos e, do mesmo lado, uma pessoa com alto peso e também nomes de doenças que podem surgir decorrentes de má alimentação. Do outro lado do quadro, você coloca imagens de alimentos mais saudáveis e uma imagem de pessoa saudável. Fixe este quadro em sua geladeira, ou em seu quarto para que, vendo as imagens, você visualize as conseqüências no momento em que vai comer.








         3- Siga RIGOROSAMENTE os horários de alimentação: não deixe de comer sempre de 3 em e horas, mesmo se você não estiver com fome. Isso fará com que você acelere seu metabolismo e coma em porções menores, evitando episódios de compulsão alimentar.

       4- Preste atenção em seus pensamentos: quando sentir vontade de comer compulsivamente, preste atenção nas verbalizações que está fazendo para você mesmo, mesmo que seja em pensamentos. Exemplos: “Tenho mil coisas para fazer”, “Está tudo muito chato em minha vida”. Estes pensamentos provocam ansiedade, tristeza, e isso faz com que você, sem perceber, comece a compensar todos esses sentimentos negativos na comida na tentativa de aliviá-los. Vá direto na causa dos problemas.



         5- Não coma em frente à TV ou computador: comer nestas situações é quase uma garantia de que você irá comer demais, pois você não está concentrado no que está comendo nem prestando atenção no sabor do alimento e na velocidade da mastigação. Na verdade, você está concentrado no que você está vendo e o alimento está servindo apenas como mais um acessório do seu prazer ou para descarregar sua ansiedade. Esta é uma grande armadilha.

6      6- Desacelere e coma devagar: você deve fazer do momento de refeição um momento agradável para si mesmo e/ou um bom momento em família (por isso também evitar comer em frente à TV) . Por isso, ao invés de comer depressa (que é indicativo de ansiedade), coma mais devagar e desfrute do sabor do alimento. Quando você come depressa, sua ansiedade é tamanha que você nem percebe quando já está saciado, e acaba comendo bem mais do que o necessário.





7       7- Não coma quando estiver entediado: é muito comum, em momentos de tédio (principalmente quando se está em casa), as pessoas comerem pelo fato de não ter o que fazer. Se você fizer isto, vai se ver “beliscando” comidas o tempo todo. Você não come por fome, mas por tédio. Ocupe seu tempo com outras atividades.

8      8- Pratique exercícios físicos: além de ser essencial para a saúde e para o emagrecimento, o exercício físico reduz a ansiedade. Ao invés de descontar ansiedade na comida, procure fazer um exercício que te agrade.


        Se você tiver maiores dificuldades para controlar sua compulsão, procure ajuda profissional. Nestes casos, para melhores resultados, o ideal é realizar um tratamento médico, psicológico e nutricional em conjunto. 
      
        A terapia cognitivo-comportamental, com que trabalho, é a mais indicada terapia psicológica para casos de compulsão alimentar.

               Espero ter te ajudado! Sucesso no seu desafio!

terça-feira, 9 de julho de 2013

Controlando seus impulsos



Você sabe que controlar impulsos não é algo muito fácil. Você já deve ter passado por algumas situações parecidas com essa: “ataques” à geladeira mesmo quando você não está com fome (só por ansiedade); comprar mais coisas do que devia e se encontrar em meio à dívidas inesperadas; se envolver em discussões ou brigas que, após a situação, você percebe que não valeu a pena, etc. São situações em que você age antes de pensar. Em outras palavras, um impulso serve como alívio ou gratificação no momento do ato do impulso e gera culpa após a situação. Todos nós temos impulsos, eles não são sempre ruins. Entretanto, quero falar com você neste texto sobre aqueles impulsos que não são saudáveis, que te trazem conseqüências desagradáveis. Os transtornos de controle de impulsos têm sido, atualmente, uma das maiores causas de sofrimento psíquico.

http://blogs.jovempan.uol.com.br/medicodefamilia/files/2013/03/compulsao.jpgGostaria de citar os impulsos mais comuns na atualidade:

*      Comer compulsivo;
*      Compras compulsivas;
*      Dependência de drogas;
*      Dependência de álcool e cigarro;
*      Jogo compulsivo;
*      Dependência de medicamentos;
*      Compulsão por sexo;
*      Impulsos agressivos;
*      Dependência de internet.

http://www.terapiaemdia.com.br/wp-content/uploads/2010/01/compra.jpgTodos estes comportamentos (comer, comprar, jogar, fazer sexo, agressão, fumar, beber, usar drogas) proporcionam alto nível de prazer quando estão sendo realizados; contudo, quando feitos em excesso e em ocasiões desnecessárias, causam consequências ruins e sentimentos de culpa. Exemplos: comer compulsivamente aumenta o peso; comprar e jogar compulsivamente provocam prejuízos financeiros; internet em excesso desencadeia prejuízos em várias áreas da vida; impulsos agressivos atrapalham relacionamentos sociais, etc.
http://www.situado.net/fotos/2009/05/como-dar-fim-a-brigas-na-escola.jpgOs impulsos relacionados ao uso de drogas, álcool, cigarro e medicamentos possuem um agravante: não é apenas o prazer do comportamento por si só que faz com que a pessoa queira repeti-lo, mas existem componentes biológicos que fazem com que a pessoa não consiga mais viver sem o uso da substância. A estes impulsos chamamos de DEPENDÊNCIA QUÍMICA. Os outros impulsos acima citados chamamos de DEPENDÊNCIA COMPORTAMENTAL.

Estarei dispondo neste blog, nos próximos dias, textos específicos para cada um destes impulsos: comer compulsivo, compras compulsivas, impulsos agressivos, dependência de internet e dependência química em geral.

Colocarei algumas dicas práticas sobre como lidar com cada um desses impulsos!

Acompanhe!

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