quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Sinais do comportamento suicida. E como posso ajudar?


Em algum momento da vida, todos nós podemos pensar em fugir de um problema ou de uma dor emocional que parece não ter solução, e essa fuga pode consistir em não querer viver mais. Mas o fato é que, em nossa sociedade, um grande número de pessoas têm este pensamento constantemente, de querer tirar a própria vida, de não encontrar alegria. E estas pessoas não encontram espaço para falar sobre o assunto com ninguém, por vários motivos, mas os principais se devem à falta de compreensão e ao julgamento das outras pessoas. Falas como “é drama”, “é para chamar atenção”, “é frescura”, “é falta de Deus” faz com que as pessoas com pensamentos suicidas se calem cada vez mais, ficando mais imersas em sua dor, aumentando as chances do suicídio acontecer.
O fato é que precisamos falar sobre suicídio. Estima-se que 90% dos suicídios poderiam ser prevenidos se as pessoas tivessem mais espaço para falar sobre o assunto e também acesso ao devido acompanhamento médico e psicológico.
Você suspeita que alguma pessoa próxima possa estar mal emocionalmente? Tem medo que tenha uma atitude suicida? Preste atenção se a pessoa apresenta algum destes sinais:
- Já tentou suicídio anteriormente;
- Está em Depressão profunda;
- Apresenta alterações importantes de comportamento decorrente do uso de álcool e drogas;
- Passa por alguma perda recente (perdeu os pais, filho, cônjuge) e a pessoa estar totalmente sem vontade de viver por causa desta perda;
- Se é portadora de alguma doença crônica e limitante e transparece não aceitar sua condição;
- Menciona frases como “eu preferia estar morto”, “não há mais solução para mim”, “eu não aguento mais”, “eu sou um peso para os outros”, “os outros ficariam mais felizes sem mim”;
- Com frequência diz que se odeia e preferia não existir;
- Mostra desejos repentinos de concluir afazeres pessoais, organizar documentos, escrever testamentos;
- De repente se isola de todos, com retraimento social inesperado;
- Escreve cartas de despedida;
- Tem surtos, mesmo que momentâneos, nos quais mostra comportamentos impulsivos contra si (ameaça se atirar na frente de um prédio, se corta, quase se joga na frente de um carro, toma vários remédios, etc.);
- Apresenta uma melhora intensa, repentina e inesperada após um longo período de depressão severa.


Se você perceber sinais como estes em alguma pessoa próxima, você pode ajuda-la das seguintes formas:
- Ouvir a pessoa com tempo. Fale pouco e escute mais, pois quando a pessoa fala mais sobre suas intenções suicidas, aos poucos ela pode ir reorganizando as emoções desesperançosas e, com sua ajuda do ouvinte, encontrar outras saídas para sua vida.
- Não julgue nem se assuste com as falas da pessoa. Apenas demonstre empatia e compreensão pelo que ela está sentindo. Se você julgá-la ou reprimi-la, ela pode se sentir mais culpada ainda, aumentando a dor da pessoa e, consequentemente, as intenções suicidas.
- Ajude esta pessoa a lembrar dos momentos difíceis que ela já passou pela vida e superou, pelos problemas que conseguiu resolver, reforçando que ela é capaz de superar o momento pelo qual está passando.
- Não deixe a pessoa sozinha. Encontre-a regularmente. Acione familiares e pessoas que moram com ela a não deixá-la sozinha.
- Tire do acesso da pessoa todas as possíveis ferramentas que possam facilitar o ato suicida: facas, objetos cortantes, remédios, venenos, armas de fogo.

Que possamos valorizar a vida e promover saúde nesta sociedade tão adoecedora, e que você se empenhe em ser um agente de cura, e não contribuir para propagar doenças emocionais. Valorize a vida!

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