sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Lidando com o Fracasso


Algum projeto seu não deu certo? Não conseguiu vencer aquele campeonato esportivo para o qual se preparou tanto? Foi reprovado no concurso que está estudando há um tempão? Não atingiu sua meta de vendas? Teve uma decepção amorosa? O casamento acabou? Ixiiiii....quantas vezes na vida temos que lidar com um fracasso, ou com algo que não sai da forma com que planejamos.Ficamos tão decepcionados conosco quando não atingimos uma meta, ou algo sólido em nossa vida se desfaz! Meu objetivo aqui, com estes 11 passos, é ajudar você a transformar o seu fracasso em oportunidade, a não desanimar, afinal, para conseguirmos chegar a alguma conquista, temos que dar nossas “cabeçadas” muitas vezes, não é mesmo? 


Estas dicas foram inspiradas no livro “Como lidar com as preocupações”, de Robert L. Leahy, que eu super recomendo para você ler.

1-      NÃO FRACASSEI, MEU COMPORTAMENTO É QUE FALHOU
- Vamos imaginar que você tenha feito uma prova e acabou de saber sua nota. É uma nota baixa. Seria justo dizer que você, enquanto pessoa, fracassou? Ou deveríamos dizer que o seu desempenho naquela prova foi falho? A grande diferença é que você pensa ter falhado como pessoa e, assim, rotula-se como fracasso e generaliza a outras provas e situações.
- Utilizando o mesmo exemplo acima, do exame, supondo que você tenha tido sucesso em pelo menos 1 outra área de sua vida. Quando fracassou na prova, fracassou em todos os outros comportamentos e relações da sua vida?
- Os comportamentos são fracassos, não as pessoas.
- A vantagem de atribuir o fracasso a comportamentos específicos é que você pode mudá-los, mas seria muito difícil imaginar o que significaria mudar quem você é.

2- POSSO APRENDER A PARTIR DO FRACASSO
- Um jovem executivo é encarregado de um projeto pelo presidente da empresa. Um ano mais tarde, o projeto é abandonado depois de milhões terem sido gastos. O presidente chama o jovem executivo em sua sala. O executivo está preocupado: “Será que vou perder o emprego? Fracassei nessa enorme responsabilidade, ele vai achar que sou um fracasso”. Entretanto, o presidente diz: “Dan, tenho um novo projeto para você. Na verdade, é ainda maior que o anterior”. Dan fica aliviado, mas um pouco confuso, e diz ao presidente: “Estou realmente feliz por conseguir este novo projeto. Mas, para ser franco, esperava que você me demitisse após fracassar no anterior”. O presidente diz: “Demiti-lo? Ah, não! Não poderia demiti-lo depois de ter gasto milhões em seu treinamento”. O presidente está focado no que o jovem executivo aprendeu e como ele pode aplicar isto no próximo projeto.
- Ao invés de se entristecer com o fracasso, pense nas coisas que você pôde aprender com ele e como pode utilizar isto em situações futuras.


3-    TALVEZ NÃO TENHA SIDO UM FRACASSO  
- É possível que você não tenha falhado, embora pense o contrário.
- Exemplo de uma experiência de divórcio: Irene era casada com José há 10 anos quando começou a suspeitar que ele estava tendo um caso. Ela o confrontou, mas ele negou. Ela tentou por mais dois anos, e ele a culpava por todos os seus problemas. Ele estava tendo um caso e acabou deixando Irene para viver com sua amante. Irene começou a se sentir fracassada por não ter conseguido fazer com que José ficasse com ela. Questionamentos que podem ser feitos à Irene: Afinal, José não havia prometido fidelidade quando se casaram e, assim, faltado com sua palavra? Além disso, José não seria responsável por pelo menos metade do relacionamento e, portanto, não era, no mínimo, tão responsável quanto ela pelo término do relacionamento? Assim, será que Irene era tão fracassada assim por “não ter conseguido com que José ficasse com ela?”

4- POSSO FOCAR OUTROS COMPORTAMENTOS QUE TEM CHANCES DE DAREM CERTO
 - Freqüentemente, você tem a “visão em túnel”, focando exclusivamente o comportamento isolado que não teve êxito. Quando se preocupa sobre algo no futuro, tende a pensar que este conjunto de comportamentos é a única coisa que importa.

- O ideal é não ir para um único comportamento que causa preocupação no meio de vários comportamentos gratificantes possíveis. 

-Por exemplo: se você quer aprender música mas não está conseguindo se dar bem tocando violão, não pense que, pela dificuldade no violão, não vai conseguir ser um instrumentista. Você pode tentar outros instrumentos que você talvez tenha mais facilidade, como um teclado, bateria ou instrumento de sopro.

- Ao invés de focar no comportamento isolado que não deu certo, tente focar no que pode dar certo.




5-   TALVEZ NÃO FOSSE ESSENCIAL TER ÊXITO NAQUILO

- Quando você se preocupa, você fica com a “visão em túnel”: você foca uma meta e ignora as outras, e a vê como essencial.

- Coisas que são essenciais na vida: que seu sangue circule, você respire, que o alimento seja digerido, senão você morre. Estas coisas são tão essenciais que são automáticas. Entretanto, não é essencial obter boa nota, fazer fortuna ou conhecer o homem ou a mulher dos sonhos hoje.

- Se você passar a dar menos importância à meta, ou seja, não vê-la como algo vital em sua vida, então poderá se sentir menos mal em relação à ela.



6-      HÁ ALGUNS COMPORTAMENTOS QUE COMPENSAM

- Quando você não alcança uma meta, você começa a imaginar que tudo o que fez naquela situação fracassou. Isso faz sentido? Imagine que você tenha trabalhado durante um ano e depois tenha sido demitido. Você concluiria que tudo o que fez no trabalho foi um fracasso?

- Desista de acreditar que, se não fizer algo perfeitamente, então, nada teve êxito e foi uma completa perda de tempo.

- Com certeza, mesmo que algo não tenha dado certo, você vai ver várias coisas que realizou te acrescentaram em algo positivo.


7-      TALVEZ NINGUÉM TENHA PERCEBIDO

- Você tende a pensar que todos percebem todas as suas falhas e ficam falando delas, julgando você para sempre. Veja que fantasia egocêntrica a sua: que outras pessoas não tem nada melhor a fazer do que ficar falando dos seus problemas.

- Uma mulher, que iria dar uma palestra pela primeira vez, disse que estava preocupada porque todos na plateia perceberiam que ela estava nervosa. Perguntei para ela quantos palestrantes ela havia ouvido na convenção até aquele momento, e ela disse “cerca de 15”. E o que ela se lembrava sobre a ansiedade deles? NADA. Com certeza, todos os palestrantes apresentavam algum nível de ansiedade, mesmo que pequenos, mas eles não foram percebidos por aquela mulher.

- Quem percebe suas falhas é você, muito mais do que as outras pessoas.



8-  O FRACASSO NÃO É FATAL

- Você diz a si mesmo coisas como “isto é horrível. Que coisa terrível. Fracassei”? Se for o caso, você está tratando o fracasso como sendo uma fatalidade.

- Você provavelmente se preocupa com a possibilidade de cometer erros, perder ou fracassar. Acredita que não será capaz de absorver a perda e, por isso, é extremamente cauteloso ao considerar qualquer mudança em seu comportamento.

- Lembre-se: investidores bem-sucedidos (que podem investir milhões de dólares de uma vez) vêem o fracasso em um investimento como parte do processo de jogar.

- A questão principal são os ganhos cumulativos: quanto você ganha durante um longo período de sucessos e derrotas. O insucesso não é fatal se você ainda estiver no jogo.



9-      MEUS PADRÕES ESTAVAM MUITO ELEVADOS?

- O pensamento perfeccionista conduz a auto-avaliações negativas de desempenho no trabalho, aparência, comportamento sexual, relacionamentos e saúde. Revela a disparidade entre a auto-imagem real (como você se vê) e a auto-imagem ideal (como você gostaria de ser). Pessoas com grande disparidade entre a auto-imagem real e a ideal são propensas a ficar deprimidas e ansiosas, acreditando que jamais posam atingir padrões e metas exigentes.

- Quando o perfeccionista não atinge o alto padrão que colocou para si mesmo, se sente fracassado e medíocre.

- Você tem padrões muito acima do que você realmente pode fazer? Quais são os verdadeiros custos e benefícios desses padrões? O que aconteceria se você esperasse 80% de tais padrões ao invés de 100%? Como esses padrões que você criou tornaram-se exigências? Como era sua vida antes de estabelecer esses padrões de exigência? Você acredita que esses padrões te ajudam a sentir mais orgulho de si mesmo ou simplesmente agravam sua autocrítica e preocupação?

- Desafie seu perfeccionismo!



10-      FUI MELHOR DO QUE ANTES

- Quando achar que fracassou, pense em seus feitos como uma curva de aprendizagem: você começou tudo sabendo muito pouco, mas já demonstra ganhos cumulativos com o tempo.

- Se dessa vez não deu certo, mesmo assim, você foi melhor do que em experiências anteriores e, nas próximas experiências, será melhor ainda!

- Ao invés de fazer uma avaliação fixa do seu desempenho (“fui muito ruim dessa vez”), avalie seu desempenho como acúmulo de experiências e aprendizado de novos comportamentos.


11-    FAÇA ALGO HOJE!!!

- A maioria dos preocupados vive um futuro hipotético, que quase nunca se concretizam, porque não fazem nada hoje para mudar o “amanhã”.

- Suponha que seja sábado a tarde e você, em casa, diz a si mesmo de forma desanimadora: “não há nada para fazer”. Começa a se sentir cansado, a perceber as dores nas juntas que não sentia antes, e pensa: “Não tenho forças”. Esta é a experiência nuclear da ruminação e da preocupação: ficar focado na insatisfação atual e retardar qualquer ação concreta positiva. Quais são as vantagens de ficar em casa, ruminando, sentindo pena se si mesmo? Neste exemplo, para você reduzir a ruminação e ativação, você pode, por exemplo, começar a fazer uma lista de atividades e escolher qual ou quais pode fazer – ir ao teatro, ouvir um concerto, perambular por lojas, fazer uma caminhada no parque, ir ao shopping, visitar um amigo, tomar um banho de piscina, alugar um filme.

- Se você é preocupado, então pode começar a se voltar para o momento presente: o que está acontecendo neste momento.


Siga estes passos e tenha coragem, não desanime diante das perdas e derrotas! Para encerrar, uma frase de um dos maiores gênios da humanidade, para te encorajar!!!



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