Sim, é bem diferente de um mero consumismo. Pessoas que possuem Oniomania (vício em compras) admitem um desejo incontrolável de comprar. Você tem dificuldades em ir ao shopping e sair sem nenhuma sacola de compras, mesmo sem estar precisando de nada e nem estar em condições financeiras de realizar tais compras? Conhece alguém assim? Esse pode ser um dos sinais.
Compras excessivas podem ser consideradas um transtorno quando começam a acontecer prejuízos financeiros e emocionais e, ainda assim, a pessoa continua recorrendo às compras buscando vivenciar prazer, mesmo se sentindo extremamente culpada quando os prejuízos começam a surgir.
Sabe-se que a oniomania emerge de sentimentos de vazio, ansiedade, tristeza e frustração. Quando uma pessoa não consegue resolver bem seus sentimentos, tenta supri-los adquirindo coisas novas como única forma de prazer. Comprar traz alívio momentâneo. Mas o arrependimento surge logo em seguida.
Algumas preguntas básicas para você se fazer:
- Não resiste ao impulso de comprar?
- Gasta mais que o planejado e se prejudica financeiramente?
- Impede ou prejudica seus planos e os planos das pessoas à sua volta?
- Precisa comprar de qualquer forma, independente do produto comprado?
- Assume dívidas acima de cinco vezes o valor de sua renda mensal?
Se a maioria das respostas for SIM, já existem alguns alertas para o seu hábito de comprar.
Esse vídeo suscinta bem o comprar compulsivo:
http://www.youtube.com/watch?v=hzPZ3PEhcRU
A principais dicas para você que se identifica com estes sinais ou conhece alguém que se identifica são estas:
- Corte todas as formas de crédito, como cheques e cartões de crédito;
- Peça para que uma outra pessoa da família assuma o controle de suas finanças até que você consiga ter um maior controle sobre o hábito de comprar.
Existe tratamento! Os tratamentos psicológicos cognitivo-comportamentais têm se mostrado bastante eficazes no controle do impulso de compras!
O diagnóstico só pode ser realizado precisamente por profissionais na área de saúde mental! Se você estiver em dúvida ou achar que algum conhecido pode se identificar com essas características, não deixe de procurar um profissional para fazer a avaliação!
quinta-feira, 18 de julho de 2013
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Compulsão Alimentar
“Doutora,
comi 1 pacote de bolachas, tomei 1 litro de refrigerante, 1 pote de sorvete, 1
barra de chocolate, 1 lata de doce de leite”. Sim, este é o relato de um
paciente que sofre com o Transtorno de Compulsão Alimentar. Este é um de muitos
depoimentos que escuto diariamente em consultório e estudos sobre o assunto. O
sofrimento é grande, pois a pessoa tem grande dificuldade de controlar seu
impulso de comer e, após a ingestão desta grande quantidade de comida, surge um
grande sentimento de culpa, além dos malefícios que estas compulsões podem gerar
na saúde.
Talvez você não chegue a sofrer do transtorno nesta magnitude, mas possui episódios de
compulsão alimentar que te trazem prejuízos.
Como
identificar?
Observe
se você se enquadra nestes critérios?
§ - Comer uma quantidade muito
acima do que a maioria das pessoas consumiria num espaço de tempo relativamente
curto (ex: 2 horas);
§ -Ter a sensação de falta de
controle durante um episódio de compulsão (não conseguir parar ou controlar o
que está comendo);
§ -Comer bem mais rápido que o
normal;
§ -Sentir repulsa por si mesmo,
depressão ou culpa depois de comer excessivamente.
Se
você se enquadra nestes critérios, fique atento. O ideal e que você procure
ajuda profissional, mas disporei algumas dicas para te ajudar!
Os
estudos e as experiências profissionais mostram claramente que situações de
ansiedade, medo, mudanças e emoções como tristeza, tédio e raiva podem
desencadear os episódios de comilanças. Você pode perceber uma relação destas
emoções com os momentos que você mais come sem estar com fome.
Mas
existe um perigo, CUIDADO: DIETAS MUITO RESTRITIVAS PODEM PIORAR O PROBLEMA.
Não pense que ficar longas horas sem comer ou simplesmente cortar radicalmente
seu cardápio irá resolver o seu problema. Se você ficar muito tempo sem comer,
as chances de que na próxima alimentação você coma compulsivamente são
altíssimas.
Não
vou me delongar muito falando das causas, mas já gostaria de falar sobre
algumas dicas.
Como
posso diminuir esta compulsão?
Procure
seguir estas 8 dicas que te ajudarão a ter controle sobre seu comportamento
alimentar:
1- Faça um auto-registro de sua
alimentação: faça uma tabela na qual, a cada refeição, você escreva os
alimentos ingeridos, quantidade de calorias, onde estava, sentimentos que tinha
(medo, ansiedade, tristeza). Ao anotar, você automaticamente passará a compreender
um pouco melhor seu comportamento alimentar e também a policiá-lo.
2- Faça um quadro (ou tabela) com figuras: de um lado do quadro, você coloca imagens de alimentos gordurosos e, do mesmo lado, uma pessoa com alto peso e também nomes de doenças que podem surgir decorrentes de má alimentação. Do outro lado do quadro, você coloca imagens de alimentos mais saudáveis e uma imagem de pessoa saudável. Fixe este quadro em sua geladeira, ou em seu quarto para que, vendo as imagens, você visualize as conseqüências no momento em que vai comer.
3- Siga RIGOROSAMENTE os horários de
alimentação: não deixe de comer sempre de 3 em e horas, mesmo se você não
estiver com fome. Isso fará com que você acelere seu metabolismo e coma em
porções menores, evitando episódios de compulsão alimentar.
4- Preste atenção em seus pensamentos: quando
sentir vontade de comer compulsivamente, preste atenção nas verbalizações que
está fazendo para você mesmo, mesmo que seja em pensamentos. Exemplos: “Tenho
mil coisas para fazer”, “Está tudo muito chato em minha vida”. Estes
pensamentos provocam ansiedade, tristeza, e isso faz com que você, sem
perceber, comece a compensar todos esses sentimentos negativos na comida na
tentativa de aliviá-los. Vá direto na causa dos problemas.
5- Não coma em frente à TV ou computador: comer
nestas situações é quase uma garantia de que você irá comer demais, pois você
não está concentrado no que está comendo nem prestando atenção no sabor do
alimento e na velocidade da mastigação. Na verdade, você está concentrado no
que você está vendo e o alimento está servindo apenas como mais um acessório do
seu prazer ou para descarregar sua ansiedade. Esta é uma grande armadilha.
6 6- Desacelere e coma devagar: você deve fazer
do momento de refeição um momento agradável para si mesmo e/ou um bom momento
em família (por isso também evitar comer em frente à TV) . Por isso, ao invés
de comer depressa (que é indicativo de ansiedade), coma mais devagar e desfrute
do sabor do alimento. Quando você come depressa, sua ansiedade é tamanha que
você nem percebe quando já está saciado, e acaba comendo bem mais do que o
necessário.
7 7- Não coma quando estiver entediado: é muito
comum, em momentos de tédio (principalmente quando se está em casa), as pessoas
comerem pelo fato de não ter o que fazer. Se você fizer isto, vai se ver “beliscando”
comidas o tempo todo. Você não come por fome, mas por tédio. Ocupe seu tempo
com outras atividades.
8 8- Pratique exercícios físicos: além de ser
essencial para a saúde e para o emagrecimento, o exercício físico reduz a
ansiedade. Ao invés de descontar ansiedade na comida, procure fazer um exercício
que te agrade.
Se você
tiver maiores dificuldades para controlar sua compulsão, procure ajuda
profissional. Nestes casos, para melhores resultados, o ideal é realizar um
tratamento médico, psicológico e nutricional em conjunto.
A terapia cognitivo-comportamental, com que trabalho, é a mais indicada terapia psicológica para casos de compulsão alimentar.
Espero ter te ajudado! Sucesso no seu desafio!
A terapia cognitivo-comportamental, com que trabalho, é a mais indicada terapia psicológica para casos de compulsão alimentar.
Espero ter te ajudado! Sucesso no seu desafio!
terça-feira, 9 de julho de 2013
Controlando seus impulsos
Você sabe que controlar impulsos não é algo muito fácil. Você
já deve ter passado por algumas situações parecidas com essa: “ataques” à
geladeira mesmo quando você não está com fome (só por ansiedade); comprar mais
coisas do que devia e se encontrar em meio à dívidas inesperadas; se envolver
em discussões ou brigas que, após a situação, você percebe que não valeu a
pena, etc. São situações em que você age antes de pensar. Em outras palavras,
um impulso serve como alívio ou gratificação no momento do ato do impulso e gera culpa após a situação. Todos nós temos impulsos, eles não são sempre
ruins. Entretanto, quero falar com você neste texto sobre aqueles impulsos que
não são saudáveis, que te trazem conseqüências desagradáveis. Os transtornos de
controle de impulsos têm sido, atualmente, uma das maiores causas de sofrimento
psíquico.
Comer compulsivo;
Compras compulsivas;
Dependência de drogas;
Dependência de álcool e cigarro;
Jogo compulsivo;
Dependência de medicamentos;
Compulsão por sexo;
Impulsos agressivos;
Dependência de internet.
Todos estes comportamentos (comer, comprar, jogar, fazer
sexo, agressão, fumar, beber, usar drogas) proporcionam alto nível de prazer
quando estão sendo realizados; contudo, quando feitos em excesso e em ocasiões
desnecessárias, causam consequências ruins e sentimentos de culpa. Exemplos:
comer compulsivamente aumenta o peso; comprar e jogar compulsivamente provocam
prejuízos financeiros; internet em excesso desencadeia prejuízos em várias
áreas da vida; impulsos agressivos atrapalham relacionamentos sociais, etc.
Os impulsos relacionados ao uso de drogas, álcool, cigarro e
medicamentos possuem um agravante: não é apenas o prazer do
comportamento por si só que faz com que a pessoa queira repeti-lo, mas existem
componentes biológicos que fazem com que a pessoa não consiga mais viver sem o
uso da substância. A estes impulsos chamamos de DEPENDÊNCIA QUÍMICA. Os outros
impulsos acima citados chamamos de DEPENDÊNCIA COMPORTAMENTAL.
Estarei dispondo neste blog, nos próximos dias, textos
específicos para cada um destes impulsos: comer compulsivo, compras compulsivas,
impulsos agressivos, dependência de internet e dependência química em geral.
Colocarei algumas dicas práticas sobre como lidar com cada um desses impulsos!
Acompanhe!
Assinar:
Postagens (Atom)
Como traumas de infância podem se transformar em ansiedade na vida adulta?
Os nossos primeiros anos de vida são determinantes na formação da nossa personalidade e visão de mundo. As experiências que vivemos ...
-
Muitas pessoas têm dificuldades de emagrecer, ou emagrecem e depois engordam novamente. Iniciam dietas e não persistem, ou fazem a di...
-
Sim, é bem diferente de um mero consumismo. Pessoas que possuem Oniomania (vício em compras) admitem um desejo incontrolável de comprar. V...
-
O estresse é um tema recorrente no mundo moderno e tem sido muito comentado e discutido, tanto nos ambientes acadêmicos como pelas pesso...